Plataforma do Pró-Sinos auxilia no planejamento de ações durante fenômenos climáticos

Ferramenta criada em 2020 pelo Consórcio foi utilizada por gestores e instituições após passagem de ciclone extratropical pelo Estado

A Plataforma de Monitoramento Espacial do Consórcio Pró-Sinos teve papel de destaque na elaboração de ações para amenizar os transtornos causados pelas chuvas associadas ao ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul na última semana. Isso porque a ferramenta apresenta informações quantitativas fáceis de consultar sobre as precipitações e as águas escoadas nos principais cursos d\”” água que drenam a bacia do Rio dos Sinos. 

De acordo com o diretor técnico do Consórcio, Hener de Souza Nunes Jr., os dados reunidos na plataforma permitem não só o acompanhamento e a evolução dos fenômenos climáticos, mas também as suas consequências. “Com o conhecimento da precipitação em Alto Rolante, Caraá ou Três Coroas, pode-se, por exemplo, ter uma ideia de como será a cheia do Rio dos Sinos na região metropolitana com algumas horas de antecedência, o que permite algum planejamento das ações de enfrentamento e mitigação de danos”, explica. As informações coletadas vêm formando uma série histórica, que permitirá estabelecer padrões de comportamento correlacionando as precipitações e as áreas atingidas por inundações, enxurradas ou escorregamento de massas de solo das encostas. 

A plataforma disponibiliza aos usuários dados quantitativos em tempo real, obtidos diretamente das estações de medição da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN). Algumas estações medem parâmetros do curso de água (altura da lâmina da água e vazão) e altura de precipitação de chuva (pluviosidade). Outras medem apenas a pluviosidade. Os dados são transmitidos por uma rede telemétrica para bancos de dados. A plataforma realiza a leitura diretamente nesses bancos de dados e os transforma em informações fáceis de serem interpretadas, com números e gráficos. 

Na Bacia do Rio dos Sinos, a ANA possui uma estação de monitoramento no Rio Rolante (Alto Rolante), uma no Arroio Caraá (Caraá), uma na foz do Rio Paranhana no Rio dos Sinos (Taquara) e duas no Rio dos Sinos (Campo Bom e São Leopoldo). Já o CEMADEN possui duas estações no Rio Paranhana (Três Coroas e Igrejinha), uma no Arroio Luiz Rau (Novo Hamburgo) e uma no Arroio José Joaquim (Sapucaia do Sul). Um problema enfrentado ocasionalmente é a suspensão do funcionamento dessas estações. Já ocorreu de ficarem algum tempo aguardando manutenção. Mas o Pró-Sinos tem cobrado das duas instituições a agilidade no retorno ao funcionamento das estações. 

“Esse monitoramento foi importante para a execução das ações que envolveram diversas famílias, especialmente da região do Vale dos Sinos. É fundamental que os entes públicos continuem a utilizar essa plataforma. Ainda na sexta-feira se iniciaram os preparativos para os salvamentos e isso ajudou positivamente”, pontua.

Um dos usuários da plataforma foi o voluntário da Defesa Civil de Esteio Willian Ignácio. Ele conta que usou a ferramenta ainda na madrugada de sexta-feira para acompanhar a situação. “Como a plataforma é bem completa, nos ajudou a perceber o que estava por vir e dar atenção aos pontos de riscos de inundações”, relata. 

Sobre a plataforma 

O Programa de Monitoramento Espacial foi criado em 2020 e tem como base uma plataforma de informática desenvolvida com o uso de sistemas de informação geográfica (SIG) que reúne dados em camadas temáticas. As informações são associadas à localização de suas ocorrências. Assim, é possível localizar geograficamente os dados. O conteúdo é armazenado em um banco que permite o estudo da variação ao longo do tempo em determinado local. A plataforma contempla também o monitoramento mensal da qualidade da água em 24 pontos da bacia, indica a localização das manchas de inundação dos cursos de água para grandes ocorrências (tempos de recorrência de 100 anos), ações de educação ambiental em cada município e a localização dos Pontos de Entrega Voluntária (PEV) de resíduos sujeitos à logística reversa, como por exemplo as lâmpadas fluorescentes, pilhas e pneus.

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