Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Bem, cookies para exibir.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Bem, cookies para exibir.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Bem, cookies para exibir.

Falta de preservação ambiental nos afluentes prejudica o São Francisco

O São Francisco é um rio serve para navegar, pescar, irrigar lavouras e também é fundamental para a sobrevivência de animais nativos do Brasil. Na segunda reportagem da série sobre o Velho Chico, o Globo Rural navega pelo estado de Minas Gerais e mostra que, apesar da importância, o rio é maltratado por quem mais precisa dele: o ser humano.

O São Francisco é um rio serve para navegar, pescar, irrigar lavouras e também é fundamental para a sobrevivência de animais nativos do Brasil. Na segunda reportagem da série sobre o Velho Chico, o Globo Rural navega pelo estado de Minas Gerais e mostra que, apesar da importância, o rio é maltratado por quem mais precisa dele: o ser humano.

De São Roque de Minas a Manga o São Francisco corre por 1,2 mil quilômetros dentro de Minas Gerais. O Globo Rural navegou por ele, a partir da barragem da Usina de Três Marias, no trecho em que as águas geram energia, abastecem cidades e lavouras e garantem o sustento de milhares de pessoas. Mas nos últimos três anos, o Velho Chico sofreu especialmente por causa da falta de chuva no Sudeste e no Centro-oeste do país, onde nasce a maior parte de sua água.

“Em 2015, nós constatamos que 70% dos afluentes do São Francisco secaram”, diz a advogada Sílvia Fridman.

O dado é assustador e hoje preocupa técnicos e gestores da água, como o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco, do qual faz parte a advogada Sílvia Fridman. “Infelizmente, o Rio São Francisco corre o rio de morrer”, alerta.

No município de Januária, no norte de Minas Gerais, no final de 2014, o rio estava quase vazio. Em alguns trechos dava para cruzá-lo a pé. Algo impensável até 10 ou 12 anos atrás.

A baixa do rio quase inviabilizou uma das tradicionais atividades econômicas da cidade.

No século passado, durante décadas, Januária era quase sinônimo de cachaça. A bebida produzida no município era tão boa e famosa que aparecia até em música.

Úrsula e Lícia Carneiro tocam a cachaçaria fundada pelo avô e contam que por quase cem anos, grandes barcos navegaram pelo São Francisco ligando o sertão da Bahia a Minas Gerias. Os chamados vapores também transportavam passageiros, animais e grãos.

Felizmente, 2016 chegou levando chuva e muita água para a região. Mas a chuvarada não afastou definitivamente o risco da falta de água, como é possível ver no lago da Usina Hidrelétrica de Três Marias, a primeira barragem erguida no leito do São Francisco, construída também para perenizar o fluxo de água do rio.

A ideia é em anos de muita chuva guardar o excesso de água dentro do lago para evitar enchentes e prejuízos rio abaixo. E nos anos de seca ir liberando a água aos poucos para regularizar a vazão do Rio São Francisco. Na maior parte do rio só chove durante seis meses do ano. No restante, é o reservatório da usina que abastece o São Francisco.

“Hoje, a principal preocupação de quem está aqui cuidando da operação desse reservatório é olhar o estoque de água e fazer durar até o fim da seca e início da próxima chuva, no finalzinho desse ano de 2016”, diz Marcelo De Deus, gerente de Planejamento Energético da Cemig.

O temor é legítimo. No início de 2016, o reservatório de Três Marias estava com apenas 7% do volume útil. Mesmo com a chuvarada que caiu até agora, o nível da represa só chegou a 34%. É menos do que em 2015, quando o volume ficou em 36%.

Não é só a quantidade de chuva que preocupa cientistas como o hidrólogo da Embrapa Cerrados Jorge Werneck. “O aumento do uso da água e a intensificação do uso das bacias, tanto para área urbana quanto para a área rural, impactam nesse fluxo da água dentro dos cursos de água”, diz.

A própria construção de barragens afeta a ecologia do rio, especialmente a vida dos peixes. O biólogo Rafael Melo explica que muitas espécies, inclusive as de maior valor econômico como o surubim, precisam subir o rio para desovar. A construção de barragens, como a de Três Marias, interrompe o curso do São Francisco e muda as características da água. Para poder reproduzir, os peixes têm que buscar rotas alternativas, como o Rio Abaeté.

Encontrar problemas na bacia do São Francisco é fácil. Queimadas e desmatamentos estão por toda parte. Não são poupadas nem mesmo as veredas, formações vegetais que conservam água e abastecem os rios da região.

Pelo Código Florestal Brasileiro, vereda é uma área que deveria ser protegida. Deveria ter, pelo menos, 50 metros de mata ciliar em cada margem. A própria estrada aberta para ligar as propriedades passa no meio dela. Atrás é área de pasto e há vários buritis mortos.

Em Três Marias, o Comitê da Bacia do São Francisco luta para salvar uma das veredas, a principal nascente do córrego barreiro grande que corta a cidade. Ao redor dela, uma área nove hectares, foi isolada para o plantio 13 mil mudas de espécies nativas. A principal ferramenta para o sucesso do reflorestamento tem nome e sobrenome: Ismael da Cruz Souza, dono de parte do terreno onde fica a vereda. Ele foi incumbido de tomar conta da área.

“A gente passava a molhar com regador planta por planta, replantando. Eu me sinto até honrado de ter esse espaço. Isso é uma herança de mais de 100 anos que nós temos aqui e que meu pai sempre preservou. E acho que, onde quer que ele esteja, já falecido há 25 anos, eu creio que ele está orgulhoso de mim”, diz Cruz.

Fonte: G1

[Galeria:258]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.