O novo laudo da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) aponta que a presença de microalgas na foz do Rio Perequê pode estar entre as causas da mancha no mar em Porto Belo, no Litoral Norte de Santa Catarina.
O novo laudo da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) aponta que a presença de microalgas na foz do Rio Perequê pode estar entre as causas da mancha no mar em Porto Belo, no Litoral Norte de Santa Catarina. A alteração da cor foi registrada em 17 de janeiro em fotos aéreas. Para a autarquia, a presença de ácido produzido pelos mangues somado ao forte calor da estação podem estar relacionados à mudança na coloração da água.
O documento divulgado na manhã desta quinta-feira (21) se baseou em material coletado na segunda (18), terça (19) e quarta-feira (20) pela Fatma. “Nosso oceanógrafo verificou em laboratório que microalgas estão causando esta coloração no mar. Elas não são tóxicas ou capazes de prejudicar os banhistas”, diz o gerente de desenvolvimento ambiental da Fatma Arno Gesser Filho.
Segundo Gesser Filho, em uma coleta feita na segunda, os técnicos da autarquia identificaram a presença de coliformes fecais no mar, o que mantém a praia imprópria para banho.
“A praia de Perequê está imprópria para banho há anos, por causa da presença de coliformes, que não estão relacionados à cor da água, são duas questões diferentes. A Fatma informa a população sobre as questões de balneabilidade, não proíbe ou incentiva o banho, o veranista é que toma a decisão”, diz o gerente.
Mangue e calor – Para Gesser Filho, a presença de mangues próximos ao local da mancha também pode estar relacionada à mudança da cor da água na região. “Concluímos que não houve um evento extraordinário que tenha feito com que a mancha aparecesse. Além das algas, pode ter contribuído para a mudança na coloração da água a presença de mangues, que tem muito ácido húmico. Quando este ácido vai para a foz do rio e se acumula, deixa a água translúcida, e vista à distância, pode assumir uma coloração mais forte”, afirma.
Para o gerente da Fatma, outro fator importante a ser considerado é a temperatura elevada da estação. “Temos tido períodos de muito sol, quando a água do mar e do rio se encontram é natural que haja um contraste, o que não significa que haja algo de extraordinário ou maléfico à população”, diz.
MPF abre inquérito – O Ministério Público Federal de Santa Catarina (MPF-SC) enviou nesta quarta-feira (20) ofícios cobrando explicações de quatro órgãos públicos a respeito da mancha escura na foz do rio perequê que chegou à praia de mesmo nome em Porto Belo, no Litoral Norte Catarinense. Na terça (19), o procurador da república Rafael Brum Miron abriu um inquérito para apurar as responsabilidades.
Laudo inconclusivo – A Fatma divulgou na terça-feira (19) que o relatório sobre a mancha que apareceu no domingo (17) na Praia de Perequê era inconclusivo. Para verificar a origem do problema, equipes da Vigilância Sanitária, dos bombeiros e da Fatma foram acionadas.
Fonte: G1
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